Primeiro: trechinho da apresentação feita por Ivan Marques para o meu livro de contos Amar É Crime, a sair em julho pela Edith.
“A literatura de Marcelino Freire é erguida sobre falas, frases roubadas, pedaços vivos do cotidiano e da matéria social brasileira, que ele recolhe com inteligência crítica, a exemplo do que ocorre em autores como João Antônio e Francisco Alvim. […] Em todas as histórias, vemos a mancha do crime cobrir uma extensa galeria de párias: os habitantes de um país periférico e não reconhecido, que emergem de seus vários cafundós com a vontade louca de “voar, voar, voar”. Esse voo libertário serve de metáfora não só para o amor, mas para a realização de todo e qualquer desejo: do vestido longo ao sofá achado no lixo. Voar, assim como amar, significa, ao cabo, apenas existir. E é apenas para recobrar esse direito que os personagens de Amar É Crime armam seus planos de vingança.”
Segundo: não é um trechinho, é um recado. Aproveito para avisar que amanhã, quarta à noite, na Livraria da Vila da Fradique Coutinho, o mesmo Ivan Marques lança o livro Cenas de um Modernismo de Província, pela Editora 34.
Terceiro: para terminar, abaixo um trechinho da entrevista que dei a Ney Anderson, no blog Angústia Criadora. Para ler a conversa toda, acesse aqui.
“Não, o Jabuti nunca foi peso. Não parei de escrever por causa dele. Não escrevo pensando em Jabuti, em prêmios. Na época em que ganhei o Jabuti, não fiz concessão. Meu livro estava lá, com meu ritmo, personagens, ladainhas. Vieram e me deram o prêmio. Não pedi. Agora, falo sempre: tem escritor que recebe um prêmio deste e começa a peidar diferente. Não foi o meu caso, nunca será. Aliás, não inscreverei o meu novo livro em Jabuti nenhum. Não quero Jabuti. Eu quero o leitor, o comparsa, o cúmplice perfeito, por exemplo, para este novo “crime” que estou cometendo”.
Em tempo: aproveito para relembrar que amanhã, quarta, 19h30, estarei ao lado de Miguel Conde e de Sérgio Rodrigues em um debate sobre literatura contemporânea na Biblioteca Popular de Botafogo, no Rio. É isto. E aquelabraço. E por hoje é só e fui e té já.