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Archive for dezembro \30\+00:00 2011

O ANO DE XANGÔ

Por tudo o que de melhor aconteceu Meu Senhor de Oyó agradeço. Quem viu a luta que foi o ano que termina. Iluminado. Pai justiceiro e dos incautos. Agradeço.

Pelas paisagens outras. Inauguradas. Agradeço. Pelos sinceros amigos ao meu lado. Em minha companhia. Protetor da fé e da harmonia. Agradeço.

Pela saúde. Teimosia. Essa vontade de subir do chão. Kaô Cabecile do Trovão. Dar terreno à imaginação. Realizar. Sem preguiça. Com determinação. Agradeço.

Kaô Cabecile da Justiça. Pelos ensinamentos. Acontecimentos. Pelo eterno amor com que fazemos o mundo acontecer. Kaô Cabecile. Meu Pai Xangô. Agradeço.

Continue me dando forças para continuar. Lutando e progredindo. Conquistando com humildade. O que tenho para conquistar. A colheita verdadeira. Deste futuro.

Morador no alto da pedreira. Dono de nossos destinos. Agradeço. E peço vossa luz e proteção. Livrai-me da escuridão. De todos os males. Livrai-me. De todos os inimigos visíveis e invisíveis. Hoje e sempre.

Salve! Salve!

Agradeço sempiternamente pelo ano que se vai. Kaô Meu Pai. Senhor de Oyó. Faremos do novo ano uma grande festa. De 2012 um ano melhor. Cheio de boas palavras. De justiça e de amor.

Agradeço e desejo a todos um Feliz Ano de Xangô.

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AS MELHORES PALAVRAS

“Marcelino de todos os mares e encontro das águas: nessa passagem de ano e de coração amolecido (não amortecido) por tantas retrospectivas, devo confirmar que a nossa BALADA surpreende a cada ano! Este ano, a onipresença AUGUSTA e as performances de Tom Zé, Walter Franco e até a do sempre carente de AMÁLGAMAS, Jorge Mautner – tudo foi coisa de “cinema transcendental” para repetir Caetano; agradeço por TUDO e sobretudo pela sua vibrante amizade, JOMARD – 26/12/2011.”

Tão lindo receber um cartão assim, hoje, agorinha, com o ano já terminando. E, principalmente, quando as palavras vêm do grande artista e escritor e “agitado cultural” e querido mau velhinho, aquele que sempre me inspira a continuar aprontando – e navegando. Valeu, JOMARD MUNIZ DE BRITO. Aquelabraço no coração e vamos que vamos.

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ORGIA DA MELHOR

O livro não é novo.

A primeira edição é de 1968.

Não foi um brasileiro quem escreveu.

Foi o argentino Tulio Carella.

Mas só neste ano saiu a segunda edição, publicada pela Ópera Prima.

Pontual, marcante. Amém, aleluia!

Há tempo eu procurava estes “diários” em sebos e nada de nadica. Desde quando eu ouvi falar deles no livro Devassos no Paraíso, de João Silvério Trevisan.

O relato tem tradução antológica do pernambucano Hermilo Borba Filho. Ele que deu conta de nos “transcriar” a jornada deste teatrólogo e poeta portenho pelo centro do Recife na década de 60, à cata de sexo com negros e mestiços. À caça de uma “segunda juventude”.

Um dos livros mais belos que, finalmente, li em 2011. Um dos mais corajosos e pulsantes. De endiabrada linguagem.

“Embriagado pela beleza carnal, sinto que os corpos substituem as ideias; os homens, as mulheres; e o número, a qualidade do prazer. Eu parecia um homem criado para pôr as bocetas em combustão, mas eis que faço arder as picas como tochas”.

Enfim, assado.

Ave! Um clássico para ler e reler. Não só para acompanhar a turbulenta viagem amorosa do Carella, mas para conhecer a sua trágica trajetória, em plena ditadura, pelo nosso país, “os Estados Unidos do Fogo”. 

Agora mesmo, peguei o livro de novo.

E de novo o mesmo incêndio.

Sempiternamente.

Este gozo.

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O MELHOR DA VIDA

Não fiz parte do júri.

Eu não li o Brevida, novelita de Juliana Amato.

Explico: ele foi um dos mais de 70 originais que a Edith recebeu de todo o Brasil para participar do primeiro concurso Só Escritoras.

Eu faço parte da Edith e não queria me meter. Que os outros amigos fizessem a seleção, votação e mandassem as finalistas para o júri final.

Já neste primeiro júri, o livro de Juliana foi unanimidade.

Ao chegar às mãos das juradas que escolheriam a vencedora, outra vez unanimidade.

Viva e ave!

Aí fui ler, finalmente, este instigante e hipnotizante Brevida (veja capa).

Escrita vupt, vapt. Coisa breve, de fato. Curta e desconcertante.

Porque Juliana vai além – do gênero. Vê-se que se diverte feito um Crianço – este, um dos personagens mais cômicos – se não fosse trágico – que li, assim, por esses tempos sombrios.

A história? Ora, vai te catar. Não há como resumir o Brevida (ou seria a vida?) tão facilmente.

Por isso que esse livrinho é grande.

Inscreve o nome da jovem autora paulistana como uma das boas novidades deste ano.

Fique ligado, amigo leitor, em Juliana Amato.

Vida longa para ela.

E vamos que vamos.

Fui.

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O MELHOR DA NOITE

Sem dúvida, o romance mais impactante que li este ano.

Porque é naquele estilo soberbo do Wilson Bueno.

Porque é seu livro mais lindo e mais findo – um acerto de contas, como a grande literatura deve ser.

Duelo consigo, com o mundo, com o que gira ao redor.

Mano, a Noite Está Velha (capa ao lado) é obra póstuma – publicada pela Planeta. Deste que é um dos grandes autores que tivemos.

Bueno foi brutalmente assassinado em maio do ano passado.

O livro parece prever isto o tempo todo – esta lacuna, ausência, violência, silêncio. Parágrafos e frases impregnados de gestos fúnebres, em que o protagonista (meio que autobiograficamente) fala o tempo todo com o irmão morto.

Tudo poetica e visceralmente. Urgente. Repito: obra prima escrita em linguagem concisa, precisa. Derramada e, sob medida, comovente.

Wilson Bueno sempre foi um dos meus escritores de cabeceira – ao lado, em estilo, por exemplo, do português Vergílio Ferreira, do qual sou devoto.

Assim, no meu altar, para sempre.

Essa eterna inspiração.

Valeu por isto tudo, meu irmão.

Fui.

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VENENO DO MELHOR

Aí chega o final do ano e as listas começam a listar. Melhores, maiores, quem se destacou, quem ganhou, quem perdeu, quem micou.

Aí eu começo também a pensar: o que li, o que vi, onde me surpreendi. Puxo a memória daqui, fios dali e, durante esta semana, aqui, no blog, antes que o ano (e o mundo) acabe, farei a minha relação.

De coração. Nem certo nem errado. Mas hei de arriscar uma opinião. Porque, juro, no geral das listas que avisto por aí, existe muita preguiça, muito lugar-comum, ave nossa!

Procurei: onde anda, na retrospectiva literária brasileira, o primeiro livro de contos do Santiago Nazarian? Depois de cinco romances, ele lançou este ano o Pornofantasma pela Editora Record (veja capa). 14 histórias “de sexo e morte”, como ele próprio define.

Aí vão dizer que Santiago é meu amigo e irmão e não vale, assim, a minha leitura. Claro que vale. Amigos não faltariam para eu citar, ora essa. Mas um livro que me pegou, desde que li os originais, foi esse, o de Nazarian.

Encantam-me a fabulação, os parágrafos longos do Santiago, as paisagens, os personagens. Os finais surpreendentes, os começos delirantes. Tudo o que eu não sei fazer está lá. Com uma personalidade única – coisa que faz falta na literatura de qualquer lugar. A voz que se inaugura, o repertório em que se aposta a palavra, na bucha.

Santiago escreveu um clássico, destes de a gente sair indicando para leitores de primeira viagem, leitores espertos, antenados, gente de todas as idades – exceto, para alguns cansados literatos (e jurados) do Brasil.

Argh, vôte, vade, puta que pariu, enfim…

Digo e repito: o Pornofantasma é mágico, gostoso de ler, um raio de sol no panorama mofado em que, às vezes, ao que parece, estamos fincados.

Meu Cristo!

Por falar nisto, Santiago, no momento, encontra-se “exilado” em uma pequena cidade da Finlândia. Muita luz, cabra! Muito mais do que você, nós é que estamos, pelas bandas de cá, necessitando.

Amanhã eu volto com mais livros que me acordaram em 2011.

E viva e saravá e vamos que vamos.

Fui.

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MARCELININHO

Época de Natal faz isto.

Mexe no nosso baú.

Esta foto ao lado estava perdida de mim.

Primeiro, foi encontrada no baú de minha avó.

Depois hoje, aqui, nas coisas de casa.

Ela, re-revelada.

Possivelmente, a foto mais antiga minha, que eu tenho.

Ou que eu voltei a ter.

Voltei a ser.

A saber: toda vez em que me vejo, menininho, penso na minha grande responsabilidade.

A de atender, sei lá, ao que o meu coração àquele instante queria.

Ou quereria.

Ah!

O que esse olhar, que me fita agora, vindo do tempo de lá, está me pedindo?

Hein?

Sei lá.

Se eu tiver sido capaz de dar orgulho ao garoto que eu fui, já terá valido a pena a minha vida.

Assim, comprida.

E cumprida.

Ave nossa!

É com essa imagem, resgatada do fundo do passado, que eu aproveito para deixar o meu abraço a todos.

Um bom Natal e eu volto na segunda.

Beijão no coração e na bunda.

Fui.

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O TAL DO NATAL

Eu morava em Paulo Afonso, na Bahia, quando pela primeira vez ouvi falar de Papai Noel.

Tipo: que era só pedir e ele atendia o nosso pedido. Vinha pela janela, voando, esvoaçando.

Pedi, não lembro o quê. E dormi.

No outro dia, procurei, sacudi os chinelos, inspecionei o telhado.

Nada, nadica.

Aí eu me lembro que eu disse para mim mesmo: também não peço mais.

E nunca mais pedi.

Nos outros Natais, via alguns amigos fazendo festa: com motocas na mão, avião, bonequinhos de guerra.

Eu, sem uma espiga de milho, um autorama de lata, nenhuma peteca.

“Não peço mais, velho filho da puta, não peço”.

Juro que eu repetia, orgulhosa e teimosamente.

Eu era um meninote de opinião, ah, se era (fotinha acima).

Cresci. E descobri que o velho não passava de um blefe.

Cedo, inconscientemente, aprendi que ele não existia. Dele eu não dependeria.

Meus amigos de infância, até hoje, acreditam no Papai Noel.

Eis o problema.

Acostumaram-se com aquele pai bondoso que dá tudo o que o filho quer.

Eu, não, vou atrás do que eu quero.

Sempre.

Ave!

Por favor, esta não é uma mensagem de Natal, longe disso, credo!

É apenas uma lembrança que veio bater hoje, sem sentido, no meu juízo.

Acho que estou ficando antigo, nostálgico e decrépito.

Ave!

Salve-me, Meu Santo Periquito!

Aquelabraço e tenho dito.

Fui.

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NOSSA EDITH NO JÔ

Vera França trabalha há mais de 50 anos como modelo-vivo. Posou para artistas como Flávio de Carvalho. Nua, criou filhos e netos. Uma vez, assistindo a um documentário na TV Cultura, eu descobri a arte desta pernambucana e eta danado! Fiquei pensando: e se ela viesse posar para escritores? No começo do ano passado, ela veio ao b_arco. Os textos, com fotos de Fernanda Grigolin, foram publicados no livro Mamãe, Vim Só Fazer Uma Visita Rápida. Foi com este livro que, de alguma forma, inauguramos a Edith. E a Vera ficou sendo, desde lá, a nossa mãe, a nossa musa maior. Pois bem: faz tempo que estou para contar. Vera, no mês passado, foi ao Programa do Jô. E deu uma entrevista impagável. Se você não viu, veja abaixo. Sobre o livro saído pela Edith, saiba mais aqui. E, ainda aqui, você assiste ao vídeo de Manu Sobral feito a partir de nossa experiência literária. E vamos que vamos. E bora embora. Valeu, querida Vera. E abraços.

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FIM DE LINHA

E amanhã, quinta, a partir das 18h30, acontecerá o último lançamento deste ano.

Digo: pelo menos o último para o qual irei, salvo engano.

O amigo e grande boêmio e grande conhecedor do samba carioca e do chope gelado lançará o livro de contos A Palavra Ausente, pela Editora Rocco (capa ao lado).

Será na Livraria da Vila da Fradique Coutinho. E vamos que vamos.

E tantos livros por esses meses empilharam em minhas estantes. Aproveitarei para ler todos. E para escrever pelos próximos dias. Descanso merecido de alma e viva!

Destaco, por hora, o novo romance do Julian Fuks. Acabou de sair. Título: Procura do Romance. Editora: Record. E destaco ainda o Habitante Irreal, do Paulo Scott. Recém-saído pela Alfaguara.

E depois vou dizendo mais, etc. e tais.

Amanhã a gente se revê no lançamento do Moutinho, fui e bye, bye.

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