Eis o meu irmão, Luís Freire.
Você tem um irmão travesti? Perguntou-me o Chocottone. Não. O que é uma pena, respondi. Ou pluma.
Perdão pelo trocadilho.
Já falei deste meu irmão no antigo blog eraOdito. O curioso é que a vida dele daria um livro. Que, um dia, eu escrevo. Prometo.
Luís é o verdadeiro artista da família. O pioneiro em dar a cara para bater. Ou para maquiar. Esse sertanejo não poupou talento. Nem energia. Para realizar sua grande teimosia: ser Hors Concours do carnaval pernambucano.
Para quem não sabe, os concursos de fantasia paravam o Recife no tempo em que meu irmão concorria. E ganhava todas. Eu, adolescente, já querendo ser escritor, era quem dava os temas para as roupas que ele mesmo criava, confeccionava. Daí as homenagens que ele fez, nas passarelas, a Dom Quixote, Camões, João Cabral, etc. e tal.
E ninguém conseguia barrar o cabra. Uns três meses antes de o Carnaval chegar, nossa casa já se enchia de lantejoulas, pedrarias, purpurinas. A TV transmitia tudo. E a família aguardava, na torcida, meu irmão vestir seus personagens. E saíam reportagens no outro dia, entrevistas em todos os canais. Meu irmão era bastante assediado em tempo de folia. Era ele o Clóvis Bornay do Recife. Daí, ter recebido do Governo do Estado o título de Hors Concours. Como ele sempre sonhou.
Depois, Luís se cansou, mudou-se para o Rio de Janeiro, chegou a trabalhar em algumas escolas de samba de lá e hoje, ainda morando no Rio, dá aulas de educação artística, artesanato – já esteve, até, no programa da Ana Maria Braga – e, também, cria diversos objetos de cena para as novelas da Rede Globo.
De quando em vez, ele me liga para avisar coisas do tipo: “hoje o Tony Ramos vai atirar na cabeça da Suzana Vieira um dos jarros que eu criei”.
Grande figura!
Veja, abaixo, algumas de suas antigas criações carnavalescas.
Eta danado!
Em época, assim, de brilho e de folia, não tem como eu não me lembrar deste meu querido irmão. Aproveito para desejar um ótimo Carnaval para ele. E para quem me acompanha por aqui.
Vamos todos copular.
No mais, volto aqui só na segunda depois da festa, dia 27 de fevereiro.
Salve, salve, saravá, alalaô, ô, ô, ô, ô, abração e beijos.
Fui.

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