É, meu amigo, minha amiga, escreva aí: escritor não sente nada, quem sente é o leitor. Por favor, eu imploro: deixe o sentimento de lado na hora de escrever. Evite dizer que determinado personagem “sentiu um vazio no peito”. Claro que foi o personagem quem sentiu esse vazio. Não fui eu. Tudo, na escrita, já vem carregado de sentimento. É o ódio que queremos colocar para fora. O amor, a paixão. O medo, o tesão. Escrever já faz parte desse nosso testamento falido. Entendeu? Se não, deixa eu repetir: evite, sempre que puder, o verbo “sentir”. Exemplos: “sentiu-se triste”, “sentiu seu coração bater”. O leitor sente quando o amor surge. Nas páginas, na alma, na vida, na ficção. Não precisa você se derramar em explicação. Ficar o tempo todo falando de emoção, lágrimas, calafrios. Não ilustre, em demasia, o que o silêncio, com certeza, já conseguirá dizer. Se o sentimento do escritor é legítimo, se a dor de seus personagens é mesmo verdadeira, o leitor irá perceber. Deu para sentir, meu amor? Aliás, deu para entender?
MARCELINO FREIRE
Desenhos gentilmente cedidos por Gabriel Bá.
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