Poetas em greve, sim.
Agora e já!
Por que não?
Não entraram os bancários?
Os ferroviários?
Os servidores do Estado?
É legítima nossa reivindicação.
Não viu, no Brasil?
Todo trabalhador
de braço cruzado.
Investigador e escrivão.
Coveiros sem enterros.
Policiais no Maranhão.
Poetas, avante, à luta,
é hora de união.
De coração parado,
em silêncio,
tomemos a multidão.
Mostremos que somos
uma categoria.
A cidade sem palavras,
nada de saraus na periferia.
A população pedirá
urgentemente
a nossa volta ao trabalho.
Tenho certeza,
bem sei.
Quem quer ver a poesia assim,
para sempre,
morta de uma vez?
[ Em tempo: está acontecendo desde ontem
e vai até quinta, na Casa das Rosas e no
Centro Cultural São Paulo, o I Seminário
de Ação Poética. Participe. Recado dado.
E lá em cima deste pôste, é bom que se diga,
a ilustração é do clássico poema “Greve”,
de Augusto de Campos. E valeu e vamos
que vamos. Fui, sem ir. E té ]