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Archive for agosto \26\+00:00 2013

FAZENDO A FESTA

Aí o Jornal do Commercio, do Recife, no ano passado, creio, me perguntou sobre a Balada: “o que significa fazer uma festa literária não com ‘um milhão’ de reais, mas com ‘humilhação’, como você costuma brincar?”. Aí eu respondi, sem pestanejar, na lata: “significa que eu não tenho nenhum irmão governador”. E ri. Para não chorar. Não é de hoje, não é de ontem que digo, em entrevistas, sobre a Festa sem limites que é a Fliporto. Para poucos. Nunca gostei do que me contavam. Dos altos jantares regados a uísque e lagosta e dinheiro farto. Vale ressaltar: eu nunca estive na Fliporto. Já fui convidado umas duas vezes. Mas recusava. Mesmo sabendo do talento e da seriedade dos curadores. Algo, sei lá, não me batia no peito. Recentemente, participei da bela revista feita por eles. Apresentando lá o chileno Pedro Lemebel. Porque, repito, admiro o trabalho do editor da publicação, o queridão Schneider Carpeggiane. Enfim, assado. Mas à Festa nunca fui. E nunca irei. Publicamente, em diversas entrevistas, ao vivo e por escrito, sempre falei sobre isto. E todo mundo sabia muito bem o que eu dizia. O irmão do governador foi quem sempre tocou o evento. Lembro-me quando, em uma das primeiras edições, convidaram o José Sarney para uma homenagem. Ave nossa! Soltei o verbo. Sem demora. Para quem não sabe o que rola, o mesmo Jornal do Commercio disse em nota na semana passada: “o patrocínio da Empetur, no valor de R$ 3,5 milhões, foi devolvido. Marcada para ocorrer de 14 a 17 de novembro, em Olinda, a Fliporto devolveu os recursos depois que foi apontado o alto montante em relação a outros eventos e o parentesco entre o organizador do festival literário, Antonio Campos, e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), que são irmãos, por uma matéria da Folha de S. Paulo“. Parece piada. É isso o que eu não entendo. Precisou sair na Folha para que todo mundo finalmente ficasse sabendo o óbvio? Meu Cristo! Faça-me o favor. Longe de ser eu, aqui, um cagador de regras. O dono da verdade. Um dedo indicador. Mas paciência tem limite. Vixe! Enquanto isto, deixa eu ir tocando a vida. Com a mesma teimosia. O resto sai na purpurina. Meu amor.

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CUCURTO NA BALADA

cucurto[1]

Ele é escritor, criou a editora Eloísa Cartonera, que inspirou a criação de várias editoras pelo mundo (como a Dulcinéia Catadora, de São Paulo). Ele sacudiu a literatura argentina. Eta danado! Washington Cucurto é um dos autores confirmados para a Balada Literária 2013. Fique ligado.

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É HOJE

Espero vocês.

A noite promete mete.

Espalhe o convite (abaixo).

E bora embora.

E abraços, sem demora.

Té.

RenanSV

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CAPTAÇÃO DE RECURSOS

– Não temos.

– Mas o evento já está no oitavo ano. Tivemos na Balada Literária Antonio Cândido, José Luandino Vieira, David Toscana, Adélia Prado, Tatiana Belinky…

– Não temos.

– Tivemos Caetano Veloso, generosamente, Adriana Calcanhotto, Augusto de Campos, Ferréz, Sérgio Vaz, Binho, Sacolinha, Geni Guimarães…

– Não temos.

– Tivemos Raduan Nassar. Até ele apareceu. Luiz Fernando Carvalho, Adriana Falcão, Jorge Mautner, Roberto Piva, João Ubaldo Ribeiro, Glauco Mattoso…

– Não temos.

– Tivemos Lygia Fagundes Telles. À época, doente, chegou lá para comemorar com a gente. Jorge Furtado, Paulo Scott, Joca Reiners Terron, Daniel Galera, Gabriel Bá, Fábio Moon…

– Não temos.

– Tivemos Fernando Bonassi, Luiz Alberto Mendes, Alessandro Buzo, Miró da Muribeca, Wilson Freire (desde sempre), Jomard Muniz de Britto (idem), Emicida, Hugo Possolo, Rita Guedes, Xico Sá, Ana Cecília Olmos, Efraim Medina Reyes, João Silvério Trevisan…

– Não temos.

– Tivemos Fabrício Carpinejar, Fabrício Corsaletti, Mário Prata, Mia Couto, Antonio Prata, Reinaldo Moraes, Andréa Del Fuego, Lula Penna, Inês Pedrosa, Chacal, Michel Melamed, Ésio Rafael, Elliot Alex, Rogério Manjate, José Diniz, Maurício Melo Júnior, Carola Saavedra, Beth Goulart…

– Não temos.

– Tivemos Paulo Lins, mais de uma vez, ele veio. Ivan Marques também. Claudiney Ferreira (desde a primeira Balada). Ivana Arruda Leite (idem). Tony Bellotto, Nelson de Oliveira (quando ainda se chamava Nelson de Oliveira), Beatriz Bracher, Alzira E, Altair Martins, Roger Mello, Eva Furnari, Chico César, José Miguel Wisnik, Ana Paula Maia…

– Não temos.

– Tivemos Frederico Barbosa, Raimundo Carrero, Hermano Penna, Daniel Minchoni, Sinhá, Sérgio Fantini, Paulo Sandrini, Plinio Martins, João Anzanello Carrascoza, Thiago E, Demetrios Galvão, Vicente Franz Cecim, Pedro Mairal, Leo Felipe Campos, Fernando Ramos…

– Não temos.

– Tivemos Vitor Ramil, Alice Ruiz, Gog, Caco Pontes, Pedro Tostes, Federico Lavezzo, Ronaldo Correia de Brito, Reginaldo Pujol, José Manoel Sobrinho, Tânia Rosing, Allan Jonnes, Berimba de Jesus, Guiomar de Grammont, Fernando Morais, Francisco Bosco, Ana Luísa Lacombe…

– Não temos.

– Tivemos, tudo gratuito, palestra e show de todo tipo, nós não cobramos nada de ninguém. Walter Franco, Rubi, Aloísio Menezes, Luiz Tatit, Vitor Araújo, Wander Wildner, Fabiana Cozza (em todas as Baladas). E mais Paulo Cesar Pinheiro, Francisco Alvim, Vanderley Mendonça, Cida Moreira, Laerte, Angeli, Raffa Coutinho, Danislau Também, Ésio Rafael, Antonio Nóbrega, Siba, Bráulio Tavares, Luiz Roberto Guedes, Evandro Affonso Ferreira, Péricles Cavalcanti, muita gente tivemos…

– Não temos.

– Tivemos Nelson Maca e o Sarau Bem Black, Mario Belattin, Maria José Silveira, Cristóvão Tezza, Humberto Werneck, Ronaldo Bressane, Isabel Santana Terron, Renato Parada, Eder Chiodetto, Edson Kumasaka, Alcides Nogueira, Sergio Chejfec, Rodrigo Ciríaco, Roniwalter Jatobá, Luci Collin, Caio Tozzi, Rodrigo Garcia Lopes, Edison Veiga, Leyla Perrone-Móises, Wladyr Nader…

– Não temos.

– Tivemos Lourenço Mutarelli, Marçal Aquino e vários lançamentos. Tantos que nem lembramos todos. Mário Magalhães, Márcio Sousa, Mário Bortolotto, Marco Pezão, Walmir Jordão, Naruna Costa, As Clarianas, Olivia Araújo, Wellington Soares, Wellington de Melo, Luiz Vilela…

– Não temos.

– Tivemos Sérgio Sant’Anna, Moacyr Scliar, Cristian De Nápoli, Maria Valéria Rezende, Rod Britto, Wilson Bueno, Eunice Arruda, arrudA, Nivaldo Tenório, Juan Diego Incardona, Roberta Estrela D’Alva…

– Não temos.

– Tivemos na Balada Literária Manuel da Costa Pinto, Jefferson Del Rios, Cid Campos, Ivam Cabral e todo o grupo dos Satyros, o saudoso Alberto Guzik, Maurício Stycer, Cristhiano Aguiar, André Sant’Anna, Renato Tardivo, Changuito, Christine Rohrig, DW, Guilherme Zarvos…

– Não temos.

– Tivemos Marcelo Montenegro, Fernanda D’Umbra, Cecília Giannetti, Bruna Beber, Ruy Castro, Martha Nowill, Bruno Pastore, Lobot, Daniel Scandurra, Lirinha, Silvério Pessoa, Mingau e o pessoal do Barkaça, Santiago Nazarian, Elisa Nazarian, Sidney Rocha, Cida Pedrosa, Luna Vitrolira e o Sarau do Esquisito, André Fischer, Plino Camillo, José Santos, Nina Maniçoba Ferraz…

– Não temos.

– Tivemos… Quem mais? Assis Brasil, Inês Monguillott, Elias Andreato, Luiz Fernando Verissimo, Milton Hatoum, Gilberto F. Martins, Helder Santos, Rinaldo de Fernandes, Alonso Sánchez Baute, Botika, Ramon Mello, Flu, Samuel Leon, Ismael Caneppele, Adrienne Myrtes, Murilo Carvalho, Juana Bignozzi…

– Não temos.

– Tivemos Micheliny Verunschk, Marcelo Coelho, Heloísa Buarque de Holanda, Marcelo Moutinho, Noemi Jaffe, José Luiz Peixoto, João Melo, Pedro Américo, Lulina, Allan Sieber, Carlos Herculano Lopes, Sérgio Fantini, Claudio Willer, Matthew Shirts, Reinaldo Moraes, Michel Laub, Jésus Ernesto Parra, Dani Umpi…

– Não temos.

– Tivemos Nicolas Behr. Temos até medo de esquecer alguém. Hugo Guimarães, os meninos do Urros Masculinos, do grupo Muito Barulho por Nada, Lira Neto, Márcio André, Vitor Paes, a banda Porcas Borboletas, a Pata de Elefante, Os Outros, a Marvada Carne, Ítalo Moriconi, Rodrigo Lacerda, Mona Dorf, Lauro César Muniz, Leandra Leal, Antonio Vicente Pietroforte…

– Não temos.

– Tivemos Alberto Manguel, Ernesto de Melo e Castro, Marc Caellas, Índigo, André Fischer, Cristiane Costa, Thiago Cervan, Tiganá, Marcos Mazzari, Wesley Nog, Sérgio Roveri, Vanessa Gonçalves, Everton Behenck, Marcelo Rubens Paiva…

– Não temos.

– Tivemos José Rezende Jr., Verônica Stigger, Paulo Ribeiro, Paulo Sandrini, Marcelo Carneiro da Cunha, Ulrich Peltzer, Celso de Alencar, Lourival Holanda, Manu Maltez, Jorge Carrión, José Tomás Angola, Suênio Campos de Lucena, Margarida Posadas, Gonzalo Aguilar, Jorge Miguel Marinho, Zinho Trindade..

– Não temos.

– Tivemos Antonio Cícero, Ana Rusche, José Castello, Douglas Diegues, Estrela Leminski Ruiz, Raphael Gancz, Gero Camilo, José Roberto Aguilar, Jobalo, Edwin Willianson, Marcelo Barbão, André Vallias, Edson Natale, Adriana Lunardi, Amarildo Anzolin, Clarah Averbuck, Bruno Brum, Maria Alzira Brum Lemos…

– Não temos.

– Tivemos a força de tantos amigos. Sem contar Tom Zé, Davi Arrigucci Jr., Boris Schnaiderman, Ana Martins, Lorena Martins, Juliana Amato, Gabriel Kerhart, Menalton Braff, Edson Lima, a turma do B_eco, João Bandeira, Helô Ribeiro, Vanessa Bumagny, Dugueto Shabazz, Vera Fraga Leslie, Ondjaki, Cadão Volpato, Sebastião Nunes, Omar Salomão… E tem tanta gente que ainda queremos ter.

– Não temos.

– E o que vocês têm, então, podemos saber?

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BALADA NO AR

E o que estavam fazendo juntos nesta quinta, na hora do almoço, no bar Sabiá, na Vila Madalena (foto abaixo), o homenageado da Balada Literária 2013, Laerte, justamente ao meu lado, criador e curador do evento, e com a cumplicidade do fotógrafo e escritor J. R. Duran? Eta danado! Aguardem notícias quentinhas. Por enquanto, já vão reanotando na agenda: a oitava edição da Balada acontecerá de 20 a 24 de novembro. E vamos que vamos. E aquelabraço grato. E bom final de semana.

dURAN

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POEMINHA PARA O POEMINHA

seria tão bom
que você viesse

nu
ao meu encontro

dono do meu
dom

um poeminha

em lugar deste
branco

abandono

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TESTE DE ABAFÔMETRO

Escrevi esse texto, abaixo, à época em que o jovem Vitor Gurman foi atropelado e morto aqui pertinho de casa. Gabriella Guerrero, que o matou, acabou de recuperar na justiça o direito de voltar a dirigir o seu carrão. Como eu digo, no texto, “carrão passa por cima da lei”, “carrão só faz teste de abafômetro”. Leia e espalhe. Esta nossa eterna indignação.

CARRÃO

Carrão não buzina.
Carrão passa por cima da lei.
Carr…ão tem nome em inglês.
Carrão não fala português.
Carrão não respeita o sinal.
Carrão é um cão pitbull.
Carrão é animal.
Carrão é dono do mundo.
Carrão é chefe da rua.
Carrão se sente o rei da calçada.
Carrão passa e ultrapassa.
Carrão não olha para trás.
Carrão não enxerga de lado.
Carrão não vê a cara do povo.
Carrão gosta é de ser visto.
Carrão não é pouca coisa.
Carrão é vaidoso.
Carrão não corre perigo.
Carrão anda blindado.
Carrão vive chumbado.
Carrão, mesmo embriagado, insiste.
Carrão é movido a whisky importado.
Carrão defende que ele é a vítima.
Carrão não encontra espaço.
Carrão diz que o problema são os buracos.
Carrão não foi feito para as ruas de São Paulo.
Carrão, tá ligado, melhora a economia.
Carrão dá qualidade ao ar.
Carrão tem autoridade.
Carrão só faz teste de abafômetro.
Carrão causa inveja.
Carrão vai fundo na pista.
Carrão não enguiça.
Carrão é de matar.
Carrão não morre no trânsito.

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POR UMA NARRATIVA LIVRE

Foi o Pablo Capilé, na entrevista ontem no programa Roda Viva (assistam clicando aqui), quem falou: somos donos de uma narrativa livre. Expliquemos: estamos ali, juntando a poeira, os cacos, lado a lado, olho a olho com a manifestação. Os outros jornalistas são bundão. De bunda na cadeira, no assento de um helicóptero, discorrem sobre política, sumiço de Amarildo, vandalismo, etc. e tal. Adorei a expressão: narrativa livre. Para pensar aqui, por exemplo, sobre o nosso meio literário. Há quem lamente o fim da revista Bravo! e tenha torcido a cara para o fechamento do Sarau do Binho. Questão de peso. E de preferência. Creio e vou além. Não instingo ninguém para militância. Mas, é bom que se diga, não só os jornalistas é que têm de apreender (sim, o verbo é “apreender”) com essa nova maneira de dar (e receber) a notícia. Os escritores idem, por favor, abram os olhos. Para fora das academias. Das grandes editoras. É preciso, sempre, fazer alguma coisa. Para a literatura não morrer. Anêmica e desmilinguida. Na ABL ou fora dela. É triste de ver. Todo mundo querendo sentar no trono. Exceto, digamos, o Capilé. A considerar: ontem na entrevista, no Roda Viva, não parava ele de rodar. Fácil observar como estava “acomodado” à cadeira. Sem se “acomodar”. Com vontade a toda hora de escapar. Avante, à praça. Bruno Torturra, amigo que conheço de longa data, fazia o mesmo. A seu modo. Comedido. E, às vezes, assustado. Como criança que ouve os mais velhos, educado. E, na prática, desobedece. Gostei de ver o embate. A provocação. Repito: tirar da mesmice todas as áreas de atuação. E esta atitude, confesso, me enche de satisfação. E de combustível. Não é de hoje que, modéstia à parte, eu toco há oito anos um evento literário. A duras batalhas. E à margem. Não é de agora, faz mais de uma década, que os saraus se multiplicaram pela periferia. E poetas ganharam os bares e as ruas. Vi muitos deles, inclusive, empunhando suas cartolinas. Enfrentando policiais muito além de suas páginas. Escritas. Todos formando, de alguma forma, um só exército de ninjas. Sem tempo a perder. Donos de narrativas ativas e livres. Dessas capazes de mudar o nosso país. Assim. Urgente. E para valer.

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FACE A DÚVIDA

[1] Por que eu resolvi mesmo entrar no Face?

[2] Dizem que não tem como sair dele, é verdade?

[3] Como responder mais rápido à solicitação dos amigos (já são centenas e centenas deles)?

[4] Como evitar que os inimigos fiquem dando a cara (fotos e fotos e fotos piscando) na minha página?

[5] Tenho mesmo que responder a toda hora no que eu estou pensando – e se eu não estiver pensando em nada?

[6] Por que tem tanta gente com nome de índio sem ser índio – e quando um índio for mesmo índio, como a gente sabe?

[7] Por que no Face a vida (cachorros, crianças, praças, eventos e doces) está sempre em movimento – se a impressão que eu tenho é que tudo está parado?

[8] Por que no Face, ao que parece, navegar é preciso e viver não é preciso?

[9] Por que fazer tantas perguntas de uma vez só em apenas duas semanas de uso, meu bem?

[10] Se você não está curtindo o Face, tem quem curta. Por falar nisto, quantos curtirão de fato essas minhas dúvidas, hein?

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REZANDO EM BUENOS AIRES

Estive em janeiro passado em Buenos Aires. Em várias ocasiões, eu me encontrei com Lucía Tennina. Para conversar sobre o livro Contos Negreiros, que ela estava traduzindo. Os amigos Álvaro Andrade e Leonardo Drehmer resolveram gravar um de nossos encontros. E aproveitaram para fazer um vídeo que, meses depois, foi exibido no lançamento da edição argentina, acontecida no Malba. Eta danado! Confira o registro aí embaixo. Com direito à reza que eu fiz. Em portunhol bem melhor do que o do Papa Chico. E vamos que vamos. E beijabraços. E tenho dito.

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