Agradeço a todos que enviaram mensagens via Face, por e-mail. Quem ligou para mim. Inclusive o próprio pessoal da Pauliceia Literária. Pedindo desculpas, reafirmando linhas e condutas, enfim, assado. Para quem ainda não sabe do que se trata, explico: saiu matéria no Estado de S. Paulo de sábado passado sobre o Pauliceia, cuja primeira edição acontece esta semana. Lá saiu escrito no primeiro parágrafo: “uma das cidades com mais oferta cultural do País, São Paulo não tinha, ainda, um festival literário como os que são realizados em Paraty, Ouro Preto, Santos ou São Francisco Xavier. O Pauliceia Literária, que começa na quinta-feira, dia 23, vem preencher essa lacuna”. Mas qual lacuna? Eu me pergunto. A própria jornalista, que assinou a reportagem, Maria Fernanda Rodrigues, sabe disto. Ave! A Balada Literária acontece há oito anos. E não é a primeira vez em que esse tipo de lapso acontece. Eu tenho a impressão de que um evento assim, como o nosso, não é levado em conta exatamente porque é feito quase “artesanalmente”, na força, na garra, no afeto e no envolvimento dos vários parceiros do projeto. Até já ouvi por aí alguém dizer da Balada: “é uma festa bêbada, coisa psicodélica, que acontece nos bares da cidade, nada a ver com a pomposidade que a literatura merece”. De fato, a Balada é isso aí também. Por que não? Esse clima descontraído. A literatura sem frescura, como eu sempre digo. Sem discurso e afetação. Por isso todo mundo se sente em casa. Já passaram pela Balada centenas e centenas de artistas, nacionais e internacionais – de quem está começando a quem já é consagrado. Basta reler, mais abaixo ou clicando aqui, o meu pôste “Captação de Recursos”, para conferir uma lista infinita. Meu Cristo! Sem contar as ações e pulsações literárias que estão acontecendo, faz tempo, na periferia de São Paulo. E ainda as diversas atrações que oferecem, semana a semana, a Casa das Rosas, o Itaú Cultural, a biblioteca Alceu Amoroso Lima, o Centro Cultural São Paulo, as incansáveis unidades do SESC, etc e tal. Eu tenho até medo de cair no mesmo erro. O de esquecer tanta mobilização que há em São Paulo para que a literatura saia do “pedestal e venha beijar os pés do povo”. Como bem diz o poeta e agitador cultural Sérgio Vaz – ele, também, muitas vezes ignorado em seu esforço. E o que é melhor, vale a pena ressaltar: tudo de graça, gratuito, para quem quiser chegar e celebrar. Vale ressaltar que, longe do que possa parecer, não estou aqui disputando nem brigando com o Pauliceia. Inclusive, conversei com a produção do festival uns meses atrás. Discutimos ideias e palavras. Trocamos energias. Exatamente para saber como caminhamos juntos. Para um mesmo propósito: o de transformar São Paulo cada vez mais em uma cidade de livros e de leitores e bora embora. Mas atenção: de última hora, no entanto, vendo agora o site do Pauliceia, descobri que foi alterada a data de minha mesa, sem prévio aviso. Eu mediaria o bate-papo entre Valter Hugo Mãe e Juan Pablo Villalobos no domingo. Agora o papo acontecerá na sexta. Dia em que estarei em Curitiba. Eta danado! Não era mesmo para eu estar presente na primeira edição desta festa. Mas, quem estiver por aqui, se der, prestigie (eis a programação aqui). Eu, de minha parte, ficarei na torcida. Pela consolidação do evento. Mesmo que um dia, algum jornal, por acaso, ignore o que foi feito. Ponha tanto trabalho, assim, no esquecimento. Em tempo: e acabei de saber que a FLAP!, festa bem bacana, criada em 2005, voltará nos próximos dias, depois de alguns anos sem acontecer, à cena literária paulistana. E viva!