Saravá!
Tenho a maior vontade de fazer o meu Samba da Bênção. Explico: aquela canção do Vinicius e de Baden Powell em que, ao final, o poeta destrincha um rosário de agradecimentos.
A saber: “a bênção, Senhora, a maior ialorixá da Bahia”, “a bênção, Pixinguinha, Sinhô, Cartola”.
Não sei aonde iria parar a minha lista.
Daí parei apenas em Pernambuco. Meus mestres e mestras.
A bênção, Ilza Cavalcanti, professora de teatro. A bênção, minha professora Gylka, de português. Wilson Freire, primamigo, a bênção.
Raimundo Carrero, que me ensinou a ler (na foto acima, em viagem em dupla pela França). A bênção ao professor Janilto Andrade, que me abriu os olhos para outros tantos autores e autoras.
A bênção eterna ao amado João Alexandre Barbosa.
Geninha da Rosa Borges, Rubem Rocha Filho. Paulinho Mafe, a bênção. A bênção Zé Manoel, Seu Nogueira. A bênção, de primeira, ao meu pai Antônio, à minha mãe Carminha.
A bênção Miró da Muribeca, que me ensinou o Alegrismo. Cida Pedrosa, o feminismo e a boa política. Meu irmão Juvêncio, o amor ao cordel, a bênção. Dona Merinda, a bênção.
Lourival Holanda, Lirinha, J. Borges, Luís Freire, minha irmã Maria de Fátima. Ao poeta Anacleto, de Sertânia.
E vai me faltando espaço na memória. Porque sobra memória. Tanta gente que vai caminhando no nosso caminho.
Eugênia Menezes, Maria Pereira Albuquerque, Carla Asfora. O mestre Ésio Rafael. Evaldo Costta, ator transformista que me ensinou o amor à vida artisticamente noturna. A bênção, Pernalonga.
Jomard Muniz de Brito, mestre dos mestres.
Ronaldo Correia de Brito, Sidney Rocha. André Brasileiro, Marcondes Lima, Kleber Lourenço, João Falcão, Osita Araújo, Carlos Varella, Carlos Lira, Lúcia Machado, Henrique Celibi, José Brito, Luís Melo, Valdi Coutinho, Diná de Oliveira, Romildo Moreira, Luiz Marinho, Bia Marinho, Silvério Pessoa, Antônio Nóbrega, Manoel de Barros (nesse caso, pai do senador Humberto Costa), Pedro Vasconcellos, Jorge José, Bruno Piffardini, Cristhiano Aguiar, Cláudio Assis, Ana Mae, Frederico Barbosa, Bráulio Tavares, Xico Sá, Siba, Otto, Júnior Barreto, Alexandre Revoredo, Abel Menezes, Pedro Américo, Tarcísio Pereira.
Adrienne Myrtes, Jobalo, Regi Soares, Maerlant Denis, Pepê.
Vou esquecer de tanta gente nessa tanta brincadeira. De cantar uma bênção, dizer um saravá de alma cheia.
Será, aqui, uma lista infinita que, de quando em quando, seguirei atualizando.
Ave nossa!
E essa inspiração de hoje me veio porque tenho aprendido demais com um companheiro de longa data. O escritor e professor Wellington de Melo.
Olhem só: quando escrevo neste blogue uns ensaios de improviso, já estou dizendo que são “ensaios que improviso”, assim, sem teoria clara, sem exatas matemáticas.
Wellington, que escreveu entre outros o romance Estrangeiro no Labirinto. Ele que criou, junto a uma trupe inovadora (saudades do escritor Artur Rogério, a bênção), um dos eventos mais originais dos quais participei lá no Recife. Um leitor e editor porreta.
Pois bem: acessem, urgente, o canal que ele criou para falar de literatura. Para dar dicas de como escrever no ponto certo. Ou errado. Dependendo do olho de quem vê.
Wellington fala fácil, contextualiza, aponta bem-humorado os percalços de um conto, de um romance, um verso, um parágrafo.
Dou como exemplo a fala dele, sobre diálogos, a partir da leitura de um conto de Caio Fernando Abreu. Para ver e pensar andando pela casa, nessa quarentena, eis o linque aqui deste amigo e mestre.
E aproveitem para vocês fazerem o próprio Samba da Gratidão.
Um samba, ao que parece, sem fim.
A bênção a todos e todas e cuidem-se e beijabração.
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PARA PENSAR ANDANDO
09/06/2020 por MARCELINO FREIRE