
*
Um coração na mão.
E uma ideia na cabeça, digamos.
Nesta quarta, no meu Instagram, foi dia de reencontro com a querida amiga e cineasta Anna Muylaert.
Na foto acima, estamos em 2018 no lançamento da plataforma Navega. Estreamos juntos o projeto de cursos on-line. Eu com literatura e ela com cinema.
Pois bem: na nossa conversa de hoje, na live Na Hora do Almoço, perguntei a certa hora qual conselho a diretora, entre outras obras, do Que Horas Ela Volta, daria para quem quer seguir a carreira no cinema.
Veja se a resposta não é uma aula para quem quiser fazer qualquer coisa com arte: escrever, compor, desenhar, etc.
“Filme é coração. Tem de se buscar essa chama. Buscar a chama da humanidade em si. Se não for assim, por que razão fazer um filme? Por que razão contar uma história? Uma história tem de ser contada para mim e para o outro. Um filme é um coração batendo. Ali dentro tem de bater o seu olhar e o olhar do outro. Não há outra maneira de fazer um filme se não falando a verdade. Algumas pessoas querem fazer um filme para ganhar prêmios. Fazer cinema apenas como um meio para ganhar coisas. Sim, o cinema é um meio de sobrevivência. Mas cadê o coração batendo? Um filme ou é visceral ou é técnico. Eu, até, dou muitas técnicas no curso Navega, por exemplo. Mas de que adianta saber as regras e não ter sangue no que faz? Venham para o cinema com esse coração na mão. Batendo. Essa pulsão. Essa compreensão. Compaixão, amor, raiva”.
*