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Tem gente com fome.
Tem gente com fome.
Tem gente com fome.
Solano Trindade (foto) repete três vezes.
Dá de comer.
Dá de comer.
Dá de comer.
Solano Trindade repete três vezes.
Em outros versos, também repete.
Tem gente morrendo, Ana.
Tem gente morrendo, Ana.
Tem gente morrendo, Ana.
E mais ainda:
Eu trabalho.
Eu planto.
Eu construo.
A todo tempo, uma tríade.
Canto de negro dói.
Canto de negro mata.
Canto de negro faz bem e faz mal.
Há todo o tempo, relendo “Cantares ao Meu Povo”, livro de Solano Trindade, ecoam três acordes. Ainda há de se estudar sobre isto (com certeza, alguém já bateu o olho no que grita a minha frouxa descoberta).
Só fiz uma pesquisa rápida, para saber até: a música africana trabalha com a polirritmia. A polirritmia mais comum toca três batidas em cima de duas, como uma trinca tocada contra notas retas.
Contra notas retas. Compreendi, mestre.
E agradeço, So-la-no Trin-da-de.
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PARA PENSAR ANDANDO
08/10/2020 por MARCELINO FREIRE