A MERDA NA LITERATURA
No âmago. Dentro do ser. Nas profundezas da alma. Nas entranhas. No fundo. No mais recôndito. Escondido. Um mergulho preciso. No cerne. No ponto. Buscando lá no mais secreto. À procura do desconhecido. No invisível. No indizível. Em mim. Em si. Adentro. No alto de suas convicções. Na duração do silêncio. De rara emoção. No espaço-tempo. O que bate intensamente. O que verdadeiramente se sente. Ao encontro do coração. Às lágrimas. Copiosamente. A sensação de vazio. No que está guardado. Ensimesmado. No que há de incerto. Inatingível. Pueril e puro. O silêncio do pensamento. Em direção ao inexplicável. Ao obscuro. No exercício da vida. Em meio ao sofrimento. Na existência plena. A beleza infinita. Total. No interior. Na visceral entrega. De todas as coisas o espírito. Nos meandros da mente. No turbilhão de sensações. Tantas emoções. Incontáveis alegrias. No que há de sagrado. Amalgamado. Intrínseco. Tão humano. E singular. Na plenitude. Pelo ar. O que existe de mais sincero. Incógnito. Sem palavras. O que nos toca. No íntimo. O que nos arrebata. As palpitações de quem ama. Aos desejos de quem se entrega. Ao ritmo divino. Em consonância. Em uma única substância. Na cumplicidade dos afetos. Na delicadeza dos gestos. A melhor tradução de amizade. Quanta sensibilidade em uma pessoa. Doce. Sincera. O que ressoa. Alguém que flui. O que de fato interessa. A salvação da humanidade. Terna. Tenra. Eterna. Quando um escritor ou escritora. Não tem o que dizer. Põe o coração no púlpito e fala. Cada merda.
*