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Archive for outubro \30\+00:00 2012

VINGANÇA

As duas lâminas de Xangô eu quero. Dentes afiados de um dinossauro. Por que não? A mandíbula de um tubarão. O punhal de um cangaceiro. O focinho de um cão.

O olhar de um guará. Certeiro. O veneno de uma cascavel. No peito. A armadura de arcabuzeiro. O pontapé de Garrincha ao gol. A fuga de um beija-flor.

Eu quero. Os hormônios de Hércules. Os neurônios de Einstein. O ódio de Cristo. O que for preciso. A paciência de Jó. O laço do passarinheiro. Sim. Todos os tipos de nó.

O fogo. E o carvão. O poder da água. As armadilhas do coração. Eu quero. São Jorge e seu dragão. Todas as forças comigo. Meu amor. Para quando você me deixar na mão.

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VIDA À BALADA

Sim, a minha vida fica abalada, corrida, sacudida toda vez em que se aproxima mais uma edição da Balada Literária. Este é o sétimo ano. E sempre eu penso que vai ser diferente. Que teremos mais tempo, mais dinheiro, mais tranquilidade. Que nada! Continuo pedindo socorro aos amigos, aos artistas, aos parceiros, aos autores. E eles entendem a minha luta e compartilham comigo desta energia – ela acaba tomando o meu tempo, o meu dia a dia. Isso sem contar as viagens que tenho feito. E que ainda farei até pertinho de a Balada começar – vai de 28 de novembro a 2 de dezembro. Mas enfim… Não estou reclamando. Estou constatando. E avisando por que estou tão afastado do blog. Porque, repito, tudo vira abalo sísmico perto dessa grande festa. Que reúne mais de uma centena de convidados. E sempre me (nos) traz muitas alegrias. Como, por exemplo, meu sonho era conhecer, de perto, a cantora portuguesa Lula Pena (assistam a vídeo abaixo). Uma das grandes intérpretes do mundo. Já gravou Chico, Caetano, Milton. Quem me apresentou ao trabalho dela foi o amigo e escritor Valter Hugo Mãe. Eis, pois, que ela fará o show de encerramento da Balada Literária 2012 às 19 horas do dia 2 de dezembro, um domingo, no SESC Pinheiros. Fiquem ligados. Quem perder esta ficará com a alma mais vazia, eu creio. Enfim… O recado está dado. Deixa eu correr. Ainda tem muita coisa para aprontar. Coisas que a querida Luciana Penna segue informando lá no Face do evento. Acompanhem. E, no mais, um beijão no coração de todos. E bom final de semana e salve, salve, amém e saravá e té já.

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COZZA E CLARA

Imperdível! Abaixo, veja folder sobre o show histórico intitulado Canto Sagrado, da querida Fabiana Cozza numa homenagem à grande Clara Nunes que, se viva, estaria fazendo 70 anos. São duas únicas apresentações. Corra para garantir já o seu lugar e salve, salve, amém e saravá! Reforço: dias 19 e 20 próximos no Auditório do Ibirapuera e bora embora. E em tempo: a mesma Fabiana estará, mais uma vez, na Balada Literária 2012. No dia primeiro de dezembro, um sábado, às 16h30, na Biblioteca Alceu Amoroso Lima, ela se encontrará, para um bate-papo regado à música e literatura, com o compositor Paulo Cesar Pinheiro – ele, autor de vários clássicos e que foi companheiro da Clara. Eta danado! Anote na agenda e a gente se encontra por lá e o recado está dado e superabraço.

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PARA O POETA SÉRGIO VAZ

Quando escrevo sou um índio. E tenho uma tribo. Uma toca. Um rio à minha volta. Um canto único. De guerra. Acredito que defendo. Com unha e flecha. O que resta da floresta.

Quando escrevo sou um velho. Que carrego comigo as dores do tempo. Um coração baleado. Um amor do passado. Em meus poros. Cavo na própria pele uma cova. Para habitar os mortos.

Quando escrevo creio que sou um doido. Varrido do mapa. Que não tenho casa. E vivo à solta. Sou um bicho. Não uma pessoa. Mordo quem venha se meter. No meu mundo. Vou sem medo ao poço sem fundo.

Quando escrevo sou um soldado. Desses que se armam com o próprio corpo. Tocam fogo nas vestes. Correm em chamas. À praça. Um guerreiro em prece. Em brasa. Não sou covarde. Nem viro fumaça.

Quando escrevo estou cantando. Para uma multidão. Uma canção antiga. Algo que sai do peito. Minha palavra ganha força. E peso. Mesmo sozinho no meu canto. Sinto que sou a voz de um povo inteiro.

Quando escrevo eu sou sempre o outro.

Em que me vejo.

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