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Archive for agosto \31\+00:00 2011

OS NOVOS FILHOS

Eta danado!

É tão bonito ver novas crias chegando no pedaço.

A mãezona Edith fica toda contente. Coruja que ela é.

Pois é.

Mais três livros serão lançados pelo nosso Coletivo.

Três romances que vão dar o que falar. Em comum: autores estreantes. De diferente: tudo.

São eles: Copacubana, de Hector Bisi. O Estrangeiro na Gaiola, de Manu Sobral. Eu Cínico, de Luís Rafael Montero.

Esse último tem ilustrações do Manu Maltez e viva!

O tripo lançamento será na noite de 19 de novembro, uma segunda-feira, no Centro Cultural b_arco.

Aliás, no mesmo dia será anunciada a vencedora do concurso Só Escritoras.

Enfim, assado.

Desde já prepare-se para a festa e aquelabraço.

Em tempo: assista, abaixo, ao belo trailer do Eu Cínico. De arrepiar e salve, salve, amém e saravá!

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SOPRANDO, SOPRANDO

Li, uma vez, um texto de um escritor paulistano. Assim: a história se passava em São Paulo. Essa terra de concreto. E, em certa hora, apareceu por lá: “uma brisa suave”. Soprando, soprando. Primeiro: nunca vi uma brisa que não seja suave. Brisa pesada. Vento violento. Brisa dentro de um furacão, nem pensar. Eta povo para gostar de brisa! Mete brisa em tudo que é lugar. Mesmo onde não há. Aí você pode dizer: vai que o escritor mora na Serra da Cantareira. E sente, de fato, aquele fio de frescor. Pela manhã. Tá, tudo bem. Uma vez ou outra, até eu sinto. Uma saudade do Recife. E, mesmo estando na Paulista, parece que estou na praia de Boa Viagem. Por um momento, deitado em uma rede, fico imaginando. Eu sendo levado pela brisa que o Brasil beija e balança. Putz! Confesso que tanta brisa assim me cansa. É hora de refrescar o juízo e de se perguntar, a cada conto, romance, poesia: essa brisa me pertence mesmo? É meu este pôr-do-sol? Esse crepúsculo? Horizonte a perder de vista? Qual a minha verdadeira geografia? O meu lugar? Eta porra! Lembre-se, sempre. Nunca deixe a sua linguagem bafejar, à toa. Empurrando você para o lugar-comum. Ali, para longe da sua pessoa. Fui.

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A DONA DO CIRCO

Ela emagreceu.

Perdeu quilos mas não perdeu a força.

Falo da Tânia Rosing, aí do lado (a foto é de ontem).

Pelo que falou, ao público, o Ignácio de Loyola Brandão, Tânia está magra porque entrou em depressão, cansada, quase desanima. Vive eternamente batendo nas portas, entrando em salas de governo, passando o chapéu.

Tudo para ver erguida a lona de circo que abriga mais de cinco mil pessoas. Na Jornada Literária de Passo Fundo que Tânia criou há 30 anos.

É o maior evento literário do mundo.

É a segunda vez que eu participo. Vim em 2003. Neste ano, voltei. Hoje pela manhã falei para 5 mil adolescentes. Repito: 5 mil pessoas. Ontem, falei para outros milhares de jovens.

Jovens que depois vieram me procurar, leram meus contos, se espantaram com meus personagens. Paravam-me para perguntar sobre meus Contos Negreiros, minha relação com o teatro, etc.

É esta a diferença. Na Jornada, eles respeitam o escritor. Aqui, autora não é musa, é autora. É estudada meses antes pelo que escreveu, não pelas curvas que tem.

Os alunos sabem quem a gente é porque, meses antes, os professores trabalharam nossos textos em sala.

Uma verdadeira revolução.

Revolução que, quando um novo prefeito entra no poder, um novo governador é eleito, Tânia tem de ir lá, recontar tudo, reforçar pedidos, implorar. Para a Jornada continuar.

Pode?

Ao meu lado, pela manhã, Tânia chorava. E confessava: “hoje, termina mais uma edição. Como foi difícil! Terei forças para a próxima?”.

Se a Tânia desaba, desabamos juntos: a literatura, a esperança, o país.

Isto não há de acontecer.

Não é possível que isto aconteça.

Se este dia por acaso chegar, o mundo estará perdido, meus amigos, podem apostar.

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EM TRÂNSITO

Amigos, este pôste é só para dizer que estou parecendo um caixeiro-viajante. Acabei de voltar de Ourinhos, a mais de 300 quilômetros de São Paulo, onde fiz novos amigos e fui muito bem recebido e maravilha! Na manhã de amanhã, quinta, viajo para Passo Fundo, RS. Chegando de Passo Fundo, corro no domingo para a Tarafa Literária de Santos. Na semana que vem, vou para a Bienal do Rio de Janeiro. E ainda tem São Leopoldo, Porto Alegre, Arcoverde, Recife, Buíque, etc. e tal. Ave nossa! Não estou reclamando. Só estou com saudades de escrever aqui algo mais demorado. Mas, quem sabe, lá da Jornada Literária de Passo Fundo não dou notícias? Fiquem ligados. No mais, agradeço a compreensão. Valeu. Deixa eu ir ali correr trecho e viva e salve, salve, saravá, amém e aquelabraço.

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CALCINHAS NA MALA

Suzana Serecé exagera na quantidade de cuecas.

Quando me ajuda a fazer a mala.

Enche a minha bagagem.

Ave!

E não para de falar.

– É Jaraguá de onde mesmo, é?

Quer saber detalhe do Festival de Contos.

Sim, um festival todo dedicado ao gênero.

Que acontecerá de amanhã até domingo, em Jaguará do Sul, em Santa Catarina.

Lá, encontrarei muitos amigos.

Nem vou listar aqui para não esquecer nenhum.

Para saber toda a programação, melhor você clicar aqui em cima.

E quem está tocando o Festival é o escritor Carlos Henrique Schroeder.

Parabéns para ele e viva!

– E essa calcinha, é, de quem é, o que está fazendo, hein, na mala?

Depois eu coloco a calcinha de volta, escondido da Suzana, enfim, assado, assim.

– E essa, é, olha só, toda furada.

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CARPINEJAR

ANTES:

DEPOIS:

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DESENHANDO

Aí eu sempre digo: escrever é desenhar na página. Abertura de parágrafos, pulo de linhas, letras, ali, feitas para falar. É preciso atentar: por exemplo, não gosto quando a poesia vem centralizada. É bem comum que o texto desse jeito, na folha, ganhe forma de garrafa, pinto, corpo de violão, nuvem vesga. Um saco! Um conto também está escrito, sobretudo, pelo silêncio que há entre uma palavra e outra, uma frase e outra, etc. A gente percebe quando um grande escritor, ora essa, está querendo uma pausa, dar um tempo, um contratempo na narrativa, suspender um fôlego. Mestre sabe fazer isto, sem alvoroço. E a pontuação, então, outra praga. Na mão de quem não pinta bem o sete, uma desgraça. Como bem dizia o Graciliano Ramos: para que danado serve uma exclamação? Há quem coloque várias de uma vez só!!! E vírgulas gasguitas? E reticências sem fim? Minha nossa… Sem contar o abuso de fontes. Várias em um poema. Em negrito, itálico, caixa alta, corpo 12, 13, 25. Puta que pariu! Conheço alguns poetas, no entanto, que faziam deste abuso o seu estilo: tipo Waly Salomão. Porque Waly era tudo ao mesmo tempo agora: negrito, itálico, caixa alta e nervosa. Não é de hoje que eu grito pelos quatro cantos: você está escrevendo um livro, meu caro, não um catálogo. Calma. Cada palavra no seu lugar. De ordem e desordem. Elas já trazem, de nascença, peso. Brilho, medo. Seu poder de verbo. Espelho, cor e tamanho. É preciso olhar a palavra com humildade para, assim, enxergá-la. Única e viva. Essa maravilha. Ave nossa! Como estou poético. Deve ser esta segunda-feira. Ensolarada. Para que dizer mais? Fui. E mais nada.

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ESQUENTANDO

Todo mundo já sabe quem é o grande homenageado da Balada Literária 2011. Sim, o poeta Augusto de Campos. Ele que, este ano, fez 80 anos. Pois bem: para esquentar o aniversário do poeta. E começar a festa. Amanhã e domingo, na Casa das Rosas, haverá uma edição especial do Hora H. Evento que acontece anualmente na casa do seu irmão Haroldo de Campos. Lá estarão, sob o comando do filho Cid Campos, artistas como Arnaldo Antunes, Frederico Barbosa, João Bandeira, Lenora de Barros, entre outros. Dois dias de leituras, exibição de curtas, palestras. O poeta merece. Quando a Balada chegar, então, de 16 a 20 de novembro, outros brindes faremos. E vamos que vamos. Aproveitando: assista abaixo a um vídeo feito pela Manu Sobral, em que está registrada a inesquecível participação do Augusto na Balada Literária do ano passado. E valeu. E bom final de semana para todos. E aquele superabraço.

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PRAGA E CAMPINAS

Estou em Campinas. Daqui a pouco, 20 horas, no SESC, mediarei uma conversa entre Sérgio Sant’Anna e Jorge Antonio Ribeiro. A ideia do bate-papo foi minha. O projeto, explico: chama-se SENHORE(A)S ESCRITORE(A)S. É assim: no mesmo palco, um escritor veterano, já com vários livros publicados, se encontra com um escritor veterano, porém estreante. Tipo: a gente acha que autor estreante é só aquele na idade da flor, ave. Pois bem: tenho conhecido muitos autores que, depois de criarem seus filhos – e até netos – é que publicaram seu primeiro livro. Ou ainda permanecem inéditos. No caso do Jorge Antonio Ribeiro, aos 61 anos ele acaba de lançar, pela Edith, seu primeiro livro de contos, o Esses Dias Pedem Silêncio. Em resumo: quem for hoje ao nosso encontro, vai ter a oportunidade de ouvir o mestre Sant’Anna e de conhecer a força da prosa do Ribeiro. Saber da paixão de cada um, expectativas primeiras, e por aí vamos. O projeto segue até dezembro deste ano. Depois conto dos próximos autores. E viva! Em tempo: hoje, 23h15, na TV Cultura, coincidentemente vai ao ar o especial Amores Expressos com o Sérgio Sant’Anna e a viagem que ele fez à Praga. Saiba mais sobre a viagem – e sobre o livro dessa viagem – logo abaixo. E valeu e aquelabraço.

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O NOME DO AUTOR

Sei, Joaquim, assim de orelhada, que a primeira tarefa para um desenhista, um ilustrador, é: como você assinará o seu nome? Digo: a pergunta que eles fazem entre eles. E aí, Jack, como a partir de hoje você será chamado? Jaguar, Millôr, Angeli, Laerte, Ziraldo? E por aí vamos. Acredito, pois, a saber, que tal alcunha também é preocupação legítima de quem quer escrever. Autografar seu exemplar, entende? E aí, gente? Dois nomes, três nomes? Como, enfim, me autodenominarei? Qual o meu lado mais sonoro? Invento, de vez, um pseudônimo? Forjo um heterônimo? Dúvida cruel, Seu Manoel! Lembre-se, querido: você carregará essa sua personalidade aonde você quiser chegar. É bem comum, em minhas oficinas, a pessoa aparecer indecisa. Há quem tema uma briga na família se, por acaso, optar pelo sobrenome do pai – ou deixar de fora o apelido da avó espanhola. E agora, José? O que fazer, Dona Aurora? Eu já disse aqui, neste blog: a sua assinatura como autor(a) não precisa vir seguida do número do RG e do CPF. Explico: há aqueles que não olham para este fato como um batismo de sangue. Preenchem seu nome no livro como quem subscreve uma ficha de emprego, como quem abre um crediário nas Casas Bahia. Que tal consultar o SERASA? Putz-grila! Em resumo: também faz parte do jogo literário, caro Emílio, a escolha do carimbo do autor. O seu nome, Minha Flor, não se engane: é o seu jeito, digamos, de estar no mundo. Compreende, Chifronildo, este meu recado? Ah! Se eu me chamasse Raimundo? É isto. E por hoje é só. Deixa eu ir ali, consultar um numerólogo. Fui. E aquelabraço.

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