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Archive for junho \25\+00:00 2012

ARRASTÕES

Eis, abaixo, cinco frases e falas ouvidas antes, durante ou depois dos arrastões que se arrastam pelos restaurantes de São Paulo. Eta danado! E vamos que vamos e aquelabraço.

[1]

– A gente não quer só comida…

[2]

– As balas são de cortesia.

[3]

– Sou o chef da quadrilha.

[4]

– Chegaram limpando as mesas.

[5]

– Você está esperando mais alguém?
– Sim, os assaltantes.

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RATO E URUBU

Hoje tem Rato e tem Urubu. E tem poesia. Coincidência pura essa de entrarem em cartaz no mesmo dia o filme do grande Cláudio Assis, Febre do Rato, e a peça Urubu Come Carniça e Voa. Explico: o filme conta uma história inspirada no poeta marginal recifense Zizo. A peça, em temporada a partir desta noite no SESC Santo Amaro, é baseada nos poemas de outro poeta marginal recifense, o Miró. Zizo e Miró parecem uma alma só. Tamanha a força de suas palavras. E de suas guerrilhas. Como é a guerrilha do Cláudio. Que vem fazendo um filme melhor do que o outro. Sem concessão. Como idem é a luta teimosa do grupo Clariô de Teatro, responsável pela peça. Ave nossa! Imperdíveis ambos os trabalhos. E vamos que vamos. Eta danado! Para você que ainda não conhece o trabalho do poeta Miró, assista, abaixo, a um trecho do documentário Preto, Pobre, Poeta e Periférico, dirigido por Wilson Freire. E é isto, por enquanto. E mais não digo. Valeu, aquelabraço e beijos no umbigo sujo. E fui, sem ir.

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VIVA O SARAU DO BINHO

Sim. Precisamos nos juntar para que ele viva. E continue promovendo a cultura, a literatura, as artes em geral. Para isto, é preciso pedir socorro. Assim: a gente se juntar. Há uma campanha no site Catarse para arrecadarmos uma grana e o Binho, assim, resolver as pendências que impedem, no momento, a reabertura do mais antigo sarau da periferia. Para saber mais e espalhar a campanha por aí, clique aqui em cima. Para assistir ao vídeo e conhecer um pouco o trabalho deste militante e poeta nosso, é só clicar aí na imagem abaixo. E se quiser ir pessoalmente levar o seu apoio, amanhã, quinta, na PUC São Paulo, a partir das 18 horas, na Sala 23, no Pátio do Museu da Cultura – Prédio Velho, haverá uma edição especial do Sarau – um movimento em solidariedade ao Binho e com a participação de vários poetas e artistas. Apareça e beleza. Vamos virar o jogo, virar a mesa. Até lá e maravilha. E viva o Sarau do Binho. Sempre e viva!

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A DESCOBERTA DO PIAUÍ

Eu vou morar no Piauí. Em Teresina. Gostei de tomar cajuína. Amei o povo de lá. Os artistas teimosos que fazem o Salão do Livro. Os jovens poetas. Que fizeram esta revista aí ao lado. Chamada AO. Eta danado!

Podem apostar. Eu vou morar no Piauí. E antes que perguntem aí: “e o que você vai fazer em lugar tão longe?”. É preciso dizer: longe é São Paulo. A gente é que fica distante de tudo o que acontece em outras cidades. Ave!

Quanta pulsação há em outras pastagens, meu irmão! Saí do Piauí alimentado. Da melhor carne de sol. E, sobretudo, de um coração acolhedor. Todo mundo recebe a gente no maior calor. Sim. Se há calor em Teresina é o humano.

O Brasil precisa descobrir o Piauí. E deixar dessa mania de grandeza: achando que lá só tem pobreza. E onde não tem, hein? Em Teresina tudo é rico, meu bem. De arte. E de vontade.

É contagiante, por exemplo, ver o entusiasmo do escritor Wellington Soares. Ele que toca fogo na paisagem. Um dos criadores de outra revista piauiense de artes, a Revestrés.

Em que outro recanto do país a gente tem assim, fresquinhas, duas revistas pulsantes? Deixemos de ser ignorantes. Teresina é linda. Voltei com saudades. E voltarei lá, com certeza, um dia. Ou, quem sabe, de uma vez?

Agradeço, aqui, publicamente a todos os novos amigos do Piauí. Nossa amizade só está começando. Para saber mais sobre a revista AO, cliquem aqui em cima. Para saber sobre a Revestrés, aqui.

E mais não digo. E viva e beijos no umbigo. E fui, sem ir.

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A MELHOR CANTORA DO BRASIL

Ontem, o Prêmio da Música Brasileira, anunciado no Rio de Janeiro, finalmente reconheceu o talento e a garra e a voz da querida amiga Fabiana Cozza. Ela que ganhou na categoria Melhor Cantora de Samba. Embora seja ela cantora de samba e de jazz e de bossa, etc. Com certeza, uma das nossas grandes vozes e intérpretes brasileiras e beleza! Fico feliz e orgulhoso. Aproveito e comemoro com vocês essa notícia, postando, abaixo, a interpretação dela para Santa Bamba, música dos talentosos Kiko Dinucci e Fabiano Ramos Torres. E vamos que vamos. E salve, salve, amém e saravá. Aquelabraço e té já.

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AUTOMATICAMENTE

Há escrita que sai automática. Não é a gente quem escreve. É a frase que se estabelece. Sem esforço. Digo: nem precisamos pensar sobre ela. Nem pesar o que está sendo dito. Por exemplo: “correu em direção a”. Será que correu mesmo? E “em direção a” é para onde, realmente, toda pressa vai. Ou não vai? Outra mais: “arregalou os olhos”. Meu Cristo! Como a gente gosta deste tipo de expressão sem expressão. Povo assustado este da literatura. Ave nossa! Toda palavra tem sua medida. Fiel e rigorosa. “O coração disparou”. E agora,  o que faço? Isto quando ele não “bate acelerado”. Peito ordinário. E falso. Um dia parará de vez. Espero. E tem ainda: “um sorriso no rosto”, “lágrimas nos olhos”, “sangue nas veias”. E é mesmo? Não sabia. Quem diria que o “beijo é doce”, a “brisa é suave”, o “chute é violento”, a “rotina se repete”, que isto ou aquilo “nunca foi feito antes”. Então foi feito depois? Eta danado! Eu, de fato, estou ficando cada vez mais sem paciência. Exagerado. Não posso ler mais nenhum “respirou fundo”, “suspirou aliviado”. Espero que escritor, assim, pegue logo uma gripe. Vixe! E fique tuberculoso. E para verbo metido a besta, qual o remédio, moço? “Emoldurar”, por exemplo, não pode ser sério. Digo: este meu vício de procurar ser original o tempo todo. Que saco! “Sussurra baixinho” e, é claro, “no meu ouvido”. Responde, meu bem. Quando deixarei de lado este meu estilo abusado (e automático), hein?

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CONTRA A HOMOFOBIA

Este vídeo acima – postado mais uma vez aqui no blogue, intitulado Homo Erectus, com texto meu, direção do Rodrigo Burdmann e narração do Paulo Cesar Péreio – é só para desejar a todos uma ótima Parada Gay e para pedir o apoio de todos ao Movimento Contra a Homofobia. Vamos que vamos e tudo é só alegria e fui, sem ir. E até segunda e valeu e viva e beijos na bunda.

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CLARIÔ GERAL

Já falei diversas vezes aqui do Clariô.

O grupo de  Taboão da Serra que, teimosamente, fez acontecer milagres na cena teatral de São Paulo.

Contra tempestade e todo tipo de vento violento, o Clariô abriu um sol gigante. Jogou luz à arte na periferia. Ganhou prêmios, viajou por vários teatros e festivais do Brasil. O trabalho deles foi assunto na imprensa em geral (veja imagem ao lado), etc. e tal.

Pois bem: é em boa hora que o SESC Santo Amaro fará do mês de junho o mês do Clariô. O repertório deles estará lá em cartaz. Ou melhor: o exemplo deles ali, a partir desta sexta até o dia primeiro de julho, para quem quiser conferir.

A primeira peça a ser mostrada será a já clássica Hospital da Gente, baseada em meus contos. Depois, a temporada seguirá com Urubu Come Carniça e Voa, a partir de poemas do recifense Miró.

Quem assistiu sabe a força do grupo, a teimosia… Essa determinação que modifica a geografia à nossa volta. E maravilha e saravá!

Nada e ninguém podem nos apagar, vale ressaltar. Com essa mostra, de alguma forma o Clariô estará dando uma resposta a grosserias como essa, retrógrada, do recém-fechamento do Sarau do Binho.

Enfim e vamos que vamos indo.

No domingo agora, a propósito, logo depois da apresentação do Hospital, rolará um bate-papo comigo e com o elenco. E faz parte deste mesmo projeto uma oficina literária que darei por lá. Para saber mais, acesse aqui.

E valeu por tudo.

Estamos juntos – todos no mesmo fogo e jogo. Clareando tudo. Energizando-se, sempre, para não perder o ânimo nem o brilho.

Fui, sem ir.

E mais não digo.

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POEMINHA POBREZINHO

Se fosse a Casa do Saber
todo mundo saberia

Se fosse a ABL em agonia

Inundação na Biblioteca Nacional
a imprensa falaria

Como, de fato, falou

Páginas e páginas comovidas
chamando a atenção, assim,
para o bolor

A situação dos livros no porão,
pô, molhados, à míngua

Se tivessem fechado as portas
do Museu da Língua

Os escritores, todos,
sairiam do seu conforto

Escreveriam à Presidenta Dilma

Ela, com certeza, mandaria de avião
a Ministra da Cultura

Mas não

Sarau em Campo Limpo é longe,
na quebrada, é coisa de arruaça,
funk, rap, pancadão

Quem disse que o povo sabe
o que é poesia?

Cumpra-se, então, a Lei,
severa e dura

Cada vez mais encastelada,
querem eles, longe da rua

A pobre da nossa
literatura

[ Poeminha meu, em referência
ao fechamento
do Sarau do Binho.

Hoje, a partir das 21 horas,
haverá um sarau especial
na Praça de Campo Limpo.
Todos lá. Para saber mais,
acessem aqui e valeu
e estamos juntos e té já ]

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BINHO, MOINHO, PINHEIRINHO…

Deve ser isto. Por este motivo. Descobri. Eles não gostam do diminutivo. Daquilo que nasce pequeno. E se agiganta. Daquilo que é fruto da teimosia. Da força de um povo. Gente que se apropria de espaços que ninguém dá valia. Gosta do que ninguém gosta. Por exemplo: de poesia. De arte na periferia. E que arte!

Há 15 anos o Sarau do Binho (foto), o mais antigo que temos, promove essa revolução. Guiada pelo coração do grande poeta. Pelo sonho que ele arquiteta para a sua comunidade. Binho é do tamanho da nossa cidade. Patrimônio de nosso país. Quem conhece o Binho sabe o que a minha alma diz. Entende por que, aqui, estou gritando. Mais uma vez inconformado.

Uma hora é o Moinho, noutra o Pinheirinho. Agora o Binho. Perdão se exagero na comparação. Mas é a verdade. Com o fim do Sarau do Binho muitas famílias ficarão igualmente à margem. Muitas conquistas despejadas. Mentes desarticuladas. Povo sem ter o que comer. Eu mesmo já me alimentei dessa energia. Bebi desta fonte vigorosa e rica. Quantos artistas por ali passaram. Fizeram circular ideias e palavras. Para além da mesa de bar.

Binho é um dos caras mais apaixonados que eu tive a honra de encontrar. Conhecer, assim, para valer. A toda hora ele tem um projeto para tocar. Porque acredita na paixão transformadora da literatura. Binho, sozinho, fez mais do que muitos governos juntos. Um verdadeiro trabalho de autoestima e de educação. De amizade e de comunhão.

É injusto – por problemas burocráticos que há tempo o Binho, junto a todas as instâncias, tenta resolver – que o Sarau tenha as suas portas fechadas pela prefeitura e a sua missão, assim, seja abortada, sua longa história interrompida. Todos perdemos com isto. Comecemos então desde já nossa mobilização. Quem disse que somos pequenos?

Somos grandes e fortes, meus amigos. E unidos – pela poesia – venceremos.

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