Você vai inscrever o seu livro de contos no Prêmio Jabuti? E no Portugal Telecom, já inscreveu?
Aos irmãos mais chegados, respondo: não inscreverei meus livros em prêmios. Abusado você, não? Assim fica fácil – dizer que não ganhou porque não mandou. Defender-se de que está, digamos, pouco se lixando.
Sim, explico: em 2006, ganhei o Jabuti pelo livro Contos Negreiros. Mas, de um tempo para cá, sobretudo a partir do Amar É Crime, foi me dando uma preguiça. Enguicei o ânimo.
Não.
Não estou me sentindo nem maior nem menor. É que quero mesmo me concentrar no que escrevo. E no desejo que tenho: de leitores. Verdadeiros. De gente que pega o meu livro e sai com ele debaixo do braço, ao banheiro. Também quero pensar como eu, escritor, posso interferir na geografia de meu lugar. Pular além dos parágrafos.
Sei lá…
Não estou afim de disputar croquetes. Se vierem, um dia, espontanea, e sobretudo financeiramente, agradeço. E esqueço. O que não quer dizer, vale ressaltar: que eu não torcerei e vibrarei quando um amigo ou amiga tenha a sua obra reconhecida e maravilha!
Repito: não é rancor, inveja, demagogia ou coisa parecida. Longe disso. É uma atitude minha. Sozinha. E feliz. Nunca estive tão leve. E serelepe. Faz um tempo.
Pois bem: vinha eu hoje pensando em como escrever este pôste quando recebo em casa, à tardinha, um envelope assinado pelo mestre Dalton Trevisan. Sempre envio meus livros para ele. E eis que ele me enviou o seu O Anão e a Ninfeta com a dedicatória que você confere acima: “Ao Marcelino Freire, com a muita admiração do seu leitor fiel”.
Caralho! Puta que pariu!
Fiquei sem chão. E senti como se fosse essa, em boa hora e sem demora, a bênção de que eu precisava. Dalton, tão recluso que é, meu herói literário de longa data, vindo me lançar uma palavra.
Disto, meu coração se basta. Pode acreditar.
O resto sai na purpurina.
Salve, salve, amém e saravá!
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